Conversaremos hoje com um grande amigo e colecionador , que faz muitos gameplays de jogos retrô 🕹️ e modernos 🎮. Ele também caça troféus da PSN 🏆. Bruno Zambelli! 

1. A Jornada entre o Antigo e o Novo: Como sua paixão pelos games começou e, com o tempo, como você equilibra o amor por clássicos retrô com a empolgação pelos lançamentos e jogos modernos? ⏳🔄

R: Tudo começou em 1990 quando meu pai comprou um Atari que meu primo estava se desfazendo. Lembro nitidamente dele chegando com o videogame num sábado, para a gente instalar numa TV em preto e branco. Mas acabou sendo um misto de alegria e decepção - a empolgação durou muito pouco porque o Atari estava com algum tipo de problema que fez ele parar de funcionar no mesmo dia em que chegou! Sempre falo que foi minha primeira decepção no mundo dos games... 😔🎮

Logo após isso, meu pai levou o videogame pra arrumar e depois de algumas semanas pude finalmente aproveitar o console e jogar bastante, principalmente o Pac-Man 🟡👻 e o jogo do Superman 🦸‍♂️, que eram os meus favoritos. Apesar disso, não criei muita memória afetiva com este console e por essa razão, a experiência com o Atari não contribuiu para o fascínio que desenvolvi pelos games.

A paixão só começou mesmo quando ganhei um Mega Drive em 1991 com o jogo Altered Beast e sua maravilhosa caixa com os dizeres "Foto da própria tela". Foi amor à primeira vista ❤️ e o início de muitas histórias legais com a família e amigos, e a partir daí a construção de muita memória afetiva com muitos jogos como Castle of Illusion, The Revenge of Shinobi, Truxton, Elemental Master, Thunder Force II e III, World of Illusion, Sonic, Altered Beast e vários outros jogos sensacionais (que até hoje em dia jogo todo ano pra matar a saudade). Como o mundo dos games foi evoluindo a cada geração, tive a oportunidade de ir acompanhando e de adquirir alguns consoles em suas respectivas épocas de lançamento, como Super Nintendo, PS1, Nintendo 64, PS2, PS3/Xbox360, PS4, PS5 e Nintendo Switch.

Atualmente estou acompanhando alguns lançamentos do PS5 e Nintendo Switch mas, nem tudo que é lançado me empolga. Como gosto de jogos com a pegada retrô, fico sempre de olho nos jogos indies: tem sempre muita coisa boa e com preços mais acessíveis, principalmente na Steam. Por enquanto estou na expectativa do lançamento do Ninja Gaiden 4 e The Terminator 2D No Fate. Tenho muitos jogos em backlog, de várias gerações diferentes, e por isso acabo sempre tendo o que jogar em todas as plataformas, e assim consigo curtir bem e equilibrar todas as gerações.

2. Minha Galeria de Games: Seu nome no Instagram já diz tudo. O que torna a sua "galeria de games" algo tão pessoal e especial, e qual o critério para as peças que entram para a sua coleção? 🖼️🎮

R: Quando criei a página Minha Galeria de Games a ideia era ter uma galeria pessoal com fotos, troféus, games, filmes, revistas, gibis e tudo que gosto de colecionar, além da minha Game Room e claro, os jogos que jogo. Tudo que eu criava sempre ía para a página. Algumas vezes inclusive postei algo bem pessoal, e acredito que isso fez a toda diferença. Lembro do feedback de um amigo uma vez dizendo que ele gostava exatamente do fato de a página ser pessoal (o que a torna exclusiva), e acho que isso fez com que a Minha Galeria de Games se tornasse especial.

Inicialmente criei meu Instagram com outro nome, apenas para consultar os jogos da minha coleção (para não comprar repetidos) mas, quando percebi que a página começou a crescer, pensei em aproveitar a oportunidade para fazer amigos com os mesmos propósitos. Foi aí que resolvi alterar o nome da página para o nome que ela tem hoje. Comecei a postar fotos mais criativas e com legendas, pra trocar ideias com o pessoal que me seguia e com isso, fiz alguns bons amigos - o que considero algo muito valioso. Não tenho muitos critérios ao adquirir algo para minha coleção, na verdade, gosto de ter de tudo um pouco mas, quando comecei a comprar jogos em 2006, meu objetivo eram os Shmups, (ou jogos de navinha, como chamávamos na época), eu queria ter todos os de Mega Drive e Super Nintendo (e de qualquer plataforma). Como infelizmente é impossível ter tudo, abri meu leque pra outros estilos e consoles, e fui comprando tudo que me interessava; com isso a coleção foi crescendo muito. Mas mesmo assim, ainda hoje em dia, meu foco continua sendo os Shmups. 🚀👾

3. A Arte do Colecionismo: Qual foi a peça mais difícil de encontrar para sua coleção e qual a história mais memorável ou engraçada por trás da aquisição de algum item raro? 🕵️‍♂️🎨😂

R: Sem dúvida, o mais difícil de achar foi o Undeadline do Mega Drive. Fazia alguns anos que eu estava atrás dele e a única vez em que vi, foi em um grupo de WhatsApp. Estava completo, mas com um preço nada convidativo. Como eu queria muito ter ele pra minha coleção, acabei chamando o vendedor, que informou que o jogo já havia sido vendido. Para meu alívio, embora justificaria o preço alto já que é um jogo difícil de encontrar.

Alguns meses depois, enquanto garimpava na Game Collection Show 🎪, feira que ocorre mensalmente em São Paulo, no bairro do Jabaquara, encontrei um vendedor com uma Undeadline loose. A fita estava impecável e não pude deixar passar. Negociei com alguns jogos repetidos para baixar um pouco o valor e, finalmente, trouxe esse título para a coleção de Mega Drive.

De memorável, tenho a história de como consegui meu Sega CD 💿. Entre 2006 e 2013, eu usava bastante os classificados do fórum UOL Jogos. Havia uma seção chamada “Museu”, onde se vendiam jogos antigos, e foi ali que consegui boa parte da minha coleção. Conheci um vendedor que sempre anunciava consoles a preços justos e acabamos fazendo vários negócios — compras e trocas — sem problemas.

Um dia, ele anunciou um Sega CD Tectoy com caixa por cerca de R$120, preço normal da época. Como sempre quis ter esse acessório, fechei negócio. Nos encontramos no metrô, verifiquei que estava tudo certo e ele ainda me deu alguns jogos de brinde. Voltei para casa empolgado, mas a alegria acabou quando o console não rodou nenhum jogo. 😠

Entrei em contato e, para minha surpresa, o vendedor disse que o aparelho tinha saído funcionando de sua casa e que eu havia feito algo errado. Brigamos por mais de um mês, até que ele pediu um tempo para resolver problemas pessoais e prometeu devolver o dinheiro ou arrumar outro Sega CD. Depois, sumiu por mais um mês. Nesse tempo, eu mandava e-mails toda semana, cobrando uma solução.

Na última resposta, já cansado da enrolação, ameacei negativá-lo no fórum, o que ele não queria de jeito nenhum, pois continuava vendendo lá. Foi então que admitiu ter vendido o console sabendo do defeito, pois precisava de dinheiro. Pediu mais um tempo e disse que logo conseguiria outro para mim.

Alguns dias depois, realmente me chamou para um novo encontro no metrô. Levei o Sega CD com defeito para a troca e ele apareceu com outro, dessa vez funcionando perfeitamente. Como agradecimento pela paciência, deixou que eu ficasse também com o aparelho estragado. No fim, deu tudo certo: o Sega CD novo funciona até hoje. 😄🎉

4. A Caçada por Troféus: Para muitos, colecionar troféus de PSN é um desafio. O que te atrai nessa busca por 100% de conclusão em um jogo e qual foi o troféu mais gratificante ou complicado de conseguir? 🏆🎯

R: Gosto de ganhar troféus por dois motivos. O primeiro é a ideia de ter uma coleção de figurinhas digitais. Como gosto de colecionar, achei legal realizar algum feito específico dentro do jogo e desbloquear uma figurinha que fica registrada na minha conta, assim como acontece com as conquistas do Xbox ou da Steam. 🃏

O segundo motivo é o desafio de conquistar todos os troféus de um jogo difícil. Alguns jogos têm listas que parecem impossíveis, mas, depois de dominar as mecânicas, tudo fica mais fácil e a platina acaba vindo naturalmente. Na época em que a Sony lançou o sistema de troféus no PS3, muitos jogos traziam listas realmente desafiadoras. Desbloquear a tão sonhada platina era algo especial, e foi isso que me motivou a gostar de platiná-los.

A platina mais desafiadora — e ao mesmo tempo gratificante — que consegui foi a de Ninja Gaiden Sigma 2. Isso porque o jogo possui dois troféus particularmente chatos para alcançar os 100%. O mais “simples”, porém extremamente difícil, foi zerar na dificuldade Master Ninja. Quem conhece o jogo sabe o quanto esse modo é insano: os inimigos são muito mais agressivos e conseguem te matar com poucos golpes; além disso, alguns chefes exigem precisão absoluta e o tempo certo de ataque. Tudo tem que ser friamente calculado. Esse troféu foi o primeiro grande obstáculo da platina. Levei bastante tempo para fechar o game nesse modo, mas, com paciência e persistência, consegui. 💪

Ainda assim, a platina não estava completa, pois faltava outro troféu bem chato: terminar todas as missões do modo Mission. Dentro dele, existem algumas no nível Ultimate Ninja, que são absurdamente difíceis. Mesmo em modo cooperativo era complicado. Tive a sorte de contar com alguns amigos habilidosos que me ajudaram a concluir quase todas, restando apenas uma: a maldita Ultimate Ninja 01. Essa missão foi um tormento. Tentei por meses, cheguei até a abandonar o jogo por mais de um ano, até que resolvi tentar novamente. Nessa volta, acabei encontrando um jogador francês 🇫🇷 e mandei mensagem pedindo ajuda. Para minha sorte, ele topou na hora, pois estava tentando acumular pontos naquela missão para entrar no top 5 do ranking. Ele pediu que eu escolhesse a Rachel e ficasse apenas esquivando, enquanto ele enfrentava todos os chefes da arena. Dito e feito: ele conseguiu passar a missão e, finalmente, eu conquistei a tão sonhada platina. ✨🏆✨

5. A Paixão por Shmups: Jogos de nave são um gênero muito específico e amado. O que te fascina tanto nos "shmups" e qual título você considera o ponto de partida ideal para quem quer conhecer o gênero? 🚀👾

R: Tenho uma queda por jogos de nave, tanto pelos shmups quanto pelos jogos de tiro no estilo Ace Combat. Como gosto muito de aviões de caça, acabei me interessando bastante por esses dois gêneros. Também aprecio o desafio que eles proporcionam, já que alguns são bastante difíceis de dominar, exigindo muito reflexo e repetição. Muitas vezes, conseguir fechar um shmup sem perder continues leva horas de treino, até decorar os padrões das fases e dos chefes. Mas a recompensa de zerar um jogo desses sem perder nenhum continue é indescritível — dá uma sensação de missão cumprida que me faz gostar ainda mais desse estilo.

Como ponto de partida, indico um chamado RedRaptor, que acredito estar disponível para a maioria dos consoles modernos. É um bom shmup, com um sistema de upgrades eficiente que torna a jogabilidade mais acessível para iniciantes. Além disso, é divertido e conta com uma trilha sonora bem legal. 🎧

6. Criando Conexões: O Instagram "minhagaleriadegames" é um ponto de encontro para a comunidade. Como é o processo de criação de conteúdo para a sua página, e qual a importância que você dá a essa interação com os seguidores? 🤝💬

R: Meu processo de criação hoje está mais focado em gravar gameplays dos jogos que estou jogando, além de fotos ou vídeos de alguma aquisição ou item da coleção. Nada além disso. Acho que, atualmente, a página já não atrai tanto como antes. Como o Instagram deixou de ser apenas um app de fotos e passou a priorizar vídeos, o público também mudou. Assim, os seguidores passaram a preferir conteúdos rápidos em vídeo em vez de posts com fotos e legendas. 📱

Com isso, a interação diminuiu, e boa parte dos seguidores também. Por isso, tenho focado em compartilhar mais o que estou jogando — muitas vezes gameplays de lutas contra chefes, trechos de jogos que considero interessantes e, de vez em quando, algum item novo da coleção.

Dou muita importância às mensagens no Direct. Converso bastante com amigos e seguidores por lá, sobre os mais variados assuntos. Às vezes é sobre algum jogo que finalizei e compartilhei nos Stories, outras vezes são comentários sobre vídeos ou memes que me mandam. Considero esse contato muito mais importante do que likes e visualizações. 👍👁️

7. A Força da Comunidade: Você é um seguidor e apoiador do nosso trabalho. Como você enxerga a importância de canais e criadores de conteúdo independentes, como a Dragon Store Brasil, para a cena retrogamer e moderna no país? 💪🌐

R: É sempre bom ver jogos de desenvolvedores brasileiros no mercado, pois isso fortalece a comunidade e, ao mesmo tempo, tenta atrair novos jogadores para a cena. Vejo sempre com bons olhos a ideia de fazer remakes de jogos antigos, modernizando mecânicas e gráficos, mas sem perder a essência do original. 🔄

Outra coisa que gosto nos conteúdos independentes é que, ao meu ver, eles têm tido mais liberdade criativa do que os grandes estúdios, podendo arriscar um pouco mais. Isso sempre nos traz algo diferente no mercado indie, que, cá entre nós, tem sido o grande responsável por salvar a atual geração, marcada por poucos lançamentos realmente significativos.

8. De Fã a Fã: Para encerrar, que mensagem você gostaria de deixar para os colecionadores, jogadores e fãs de games que acompanham o seu trabalho e o da Dragon Store Brasil? 💌

R: Tenham sempre paciência, tanto para encontrar aquele jogo raro quanto para vencer aquele chefe ou fase difícil. A paciência vai te tornar muito melhor em vários jogos e, além disso, pode fazer com que aquele título raro apareça por um bom preço quando você menos esperar. 🧘‍♂️

Sejam persistentes: é a persistência que vai te motivar a tentar novamente e alcançar seus objetivos. Zerar um jogo difícil, às vezes, exige muita dedicação. 💪

E, para finalizar, joguem seus jogos da forma que quiserem: emulador, celular, console, PC, minigame… o que for. Apenas joguem, porque jogar é uma das coisas mais legais que existe. ❤️🎮

 

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