Entrevista com Catterina Caroli: Paixão, Conteúdo e o Universo Geek

Em uma conversa inspiradora, batemos um papo com Catterina Caroli, uma criadora de conteúdo multifacetada que conquistou seu espaço no universo digital através da paixão por games, literatura e streaming. Conheça um pouco mais sobre sua jornada e as visões que a movem.

1. Conte um pouco sobre sua trajetória como criadora de conteúdo. "Como você começou no mundo digital e o que te motivou a mergulhar em áreas como games, escrita e streaming?"

"Há pouco mais de cinco anos, eu nem imaginava a possibilidade de me tornar uma criadora de conteúdo digital. Inclusive, sempre fui bastante avessa às redes sociais. O Instagram foi a plataforma onde descobri tanto conteúdo sobre games que me encantou, e foi isso que mais me motivou: dividir esse amor por algo que cresceu comigo.

Quanto à escrita, comecei ainda na adolescência. O amor pela arte de escrever foi fundamental na minha trajetória, pois foi através dos meus posts sobre os jogos que amo — e das reviews sinceras — que minha página começou a crescer. Sobre me tornar streamer, resolvi simplesmente tentar. O que realmente faz a diferença é a forma como você trata as pessoas."

2. Você é redatora no @revolutionarena.site. Como é produzir conteúdo sobre games e cultura geek para um público tão diversificado? "Quais os maiores desafios e aprendizados ao escrever para essa comunidade?"

"Acho que meu maior desafio ao me tornar redatora foi entender como tudo funcionava. Dá um certo receio quando vemos os bastidores, mas a equipe é tão incrível que me senti tranquila em todos os sentidos. Hoje, o maior desafio é conciliar todas as ideias para a redação com meus outros projetos. Me sinto muito feliz por poder escrever sobre um universo que amo."

3. Além de games, você também é escritora. Como a literatura influencia seu trabalho como criadora de conteúdo? "Tem algum livro ou autor que te inspira na hora de criar textos ou narrativas para seus projetos?"

"A literatura me influencia muito, principalmente quando crio reviews ou conteúdos que me permitem usar mais da minha percepção como artista. Tenho inspirações entre meus autores favoritos, como Isabel Allende, Cormac McCarthy e H.P. Lovecraft. Mas devo dizer que minha principal fonte de inspiração, ao criar, é a música."

4. Você tem várias parcerias nas redes sociais. Como essas colaborações surgiram e qual conselho daria para quem quer construir parcerias sólidas na internet? "O que você busca em uma marca ou projeto antes de fechar uma colaboração?"

"Sim, sou muito feliz e grata por cada parceria! A primeira marca a acreditar no meu trabalho foi a Ana Lima Store. Todas as colaborações que tive até agora começaram com o contato das próprias marcas. Eu sempre avalio a postura da loja/marca e procuro saber se cumprem com o que prometem ao consumidor. Não faço parcerias com quem não quer enviar o produto.

Acredito que ser influenciador precisa ser levado mais a sério. É ótimo receber produtos, claro, mas é preciso tratar isso com profissionalismo, pensando, acima de tudo, nos seguidores que confiam na sua palavra."

5. Como streamer, qual foi o momento mais marcante que você viveu ao vivo? "Tem alguma história engraçada ou inesperada que aconteceu durante uma live?"

"O que mais me marcou foi saber que minhas lives estavam ajudando pessoas a enfrentar a depressão. É por isso que continuo até hoje. O acolhimento que ofereço faz a diferença. Outro momento muito marcante foi a live do Chá de Bebê, já no final da minha segunda gravidez. Eu não esperava tanto carinho e tantos presentes. Guardei essa live para um dia mostrar ao meu filho."

6. Você também dá dicas de filmes. Qual sua recomendação underrated (aquele filme incrível que quase ninguém fala)? "E tem algum gênero cinematográfico que você acha subestimado?"

"Um filme incrível que quase ninguém comenta é À Espreita do Mal. Foi um dos que mais me surpreenderam. Ele foge dos clichês típicos do terror e entrega algo realmente inteligente e bem amarrado. Acho que o terror continua sendo um gênero subestimado. Nas grandes premiações, é frequentemente ignorado, e temos obras incríveis, atores e diretores brilhantes no gênero."

7. Como você enxerga o mercado de jogos indie e retrô hoje? "Tem algum jogo indie ou clássico que te marcou recentemente e que mais pessoas deveriam conhecer?"

"Me surpreendo muito com o mercado de jogos indie. Dá pra sentir a paixão que existe em muitos desses projetos. Alguns têm uma qualidade absurda, maior do que a de grandes produtoras. O mercado retrô também está em alta. Há esse lado da nostalgia, mas também um certo desânimo com a nova geração de jogos.

Entre os indies, sempre recomendo Fran Bow, um point and click de terror. Ele trata temas pesados sob a ótica inocente de uma criança e tem um final esperançoso. Quanto a clássicos, o primeiro Silent Hill é uma perfeição em termos de terror psicológico."

8. Por fim, qual sua visão sobre o futuro do conteúdo digital? "Quais tendências você acha que vão bombar nos próximos anos, seja em streaming, games ou escrita online?"

"Acho difícil prever tendências no conteúdo digital, porque o tempo todo surge algo que estoura do nada. O que acredito é que o conteúdo imediatista tende a continuar crescendo, porque as pessoas estão cada vez mais impacientes para consumir conteúdos mais densos e complexos — o que, particularmente, acho uma pena."